Angu: O prato com a cara do Brasil!

Angu é sinônimo de Brasil, de comida com sabor de tradição e boa nostalgia. O creme, amarelado por sua composição, é o mais puro exemplo da simplicidade gastronômica e que não sai das nossas mesas. Ícone da culinária baiana e mineira, ele é um ilustre acompanhamento dos mais variados pratos de restaurantes do país que investem em comfort food. Saiba mais sobre as suas receitas que são recheadas de história!

O nome angu tem origem africana, mas o prato recebeu influência de portugueses e italianos, até chegar ao Brasil. Aqui, essa “papa”, então conhecida como “comida de escravos”, passou a ter versões feitas com farinhas de milho ou de mandioca, se tornando mais tradicional o prato à base de fubá, acompanhada por miúdos de vaca ou de porco.

Segundo a chef Camila Rodrigues, existem duas versões da preparação do angu: a mineira e a baiana. “O angu mineiro é mais firme, preparado apenas com fubá e água. O mais molinho, servido com miúdos, é o famoso angu à baiana e geralmente acompanha o sarapatel. Ainda tem a versão do sul, mais parecida com a polenta italiana, que é servido mais firme e às vezes frito, como um petisco”, disse a especialista.

Receitas que atravessam gerações

Os cereais a serem usados em suas receitas podem ser variados e servidos das mais diversas formas, mas uma coisa não é admitida: ter caroço no angu! A expressão que é usada como sinônimo de encrenca, na verdade fala dos grumos que se formam se a papa é feita da forma errada. “Eu dissolvo o fubá na água fria, assim não forma grumos”, revela a chef que segue receita da família, cujo tio teve por mais de 40 anos uma barraca especializada na iguaria, na zona norte do Rio de Janeiro.

“O segredo da receita do tio João Rodrigues ninguém sabe, ele não contava nem pra mim! Só quem sabia era esposa dele que foi quem sempre fez. O angu fez tanto sucesso que depois do tio falecer, seu filho, também João, assumiu o negócio e levou por mais alguns anos, até vender a barraca esse ano.”, conta Camila.

O angu hoje em dia figura não só nas barraquinhas espalhadas pela capital carioca, como acompanha pratos tradicionais e inovadores também em restaurantes que investem na tendência da comfort food. Eles aparecem nas mais diversas apresentações, acompanhando desde os tradicionais miúdos ou frango com quiabo às suculentas costelas de porco.

Segundo a consultora BRF Food Services, Mariana Marques, o angu é um prato que até hoje remete ao gostinho das fazendas e fogões a lenha. “Acredito que o sucesso, hoje, nos restaurantes que trabalham com comfort food é um pouco por causa disso. As pessoas têm na memória não só a referência da receita, mas de todo um ritual. E quer coisa melhor que lembrar do tempero da vovó que ainda cozinhava no fogão a lenha, no aconchego do lar? A comfort food, tenta resgatar esses sentimentos relacionados à comida e as emoções de bons momentos. Agrada o paladar e a alma!”, finaliza a especialista.

Fonte: brf-foodservices